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sábado, 23 de abril de 2011

Afasta esse Cálice


Algo que sempre me instigou foi desvendar* as metáforas das canções escritas durante a ditadura brasileira, quando a MPB se manisfestava em suas letras dúbias, a exemplo de Cálice de Chico Buarque e Gilberto Gil e perceber a influência que continuam tendo em nossa realidade.

Cálice como tantas outras, precisou ultrapassar as barreiras da censura e registrar o período de maior repressão que a arte brasileira sofreu. A analogia entre o cálice de Cristo e o momento político do Cale-se, não desvendar os podres do governo, uma forma de encontrar o escape do grito que era sufocado.

Na mesma canção a crítica é lançada ao sistema: "Mesmo calada a boca, resta o peito (...)". De alguma maneira os "rebeldes" buscavam deixar soar a voz "como é difícil acordar calado, se na calada da noite eu me dano", pois eram  nas madrugadas vazias que o silêncio se enchia da esperança de se fazer ouvir, quando aconteciam as reuniões que objetivam trazer o povo à realidade mascarada pela ideologia dos militares.


O contraponto à nossa realidade é que a ditadura acabou, a cultura tem incentivos políticos, as pessoas podem se manifestar, mas as escolhas emergem banhadas de um cale-se de comodismo. Pai! Afasta de mim esse Cale-se.

*Pra desvendar um pouco mais, dá uma passadinha AQUI. Vale a pena.

Boa viagem!

Há algum tempo eu vivo procrastinando a execução deste espaço, que tem o objetivo de contribuir com a produção de reflexões em diversas áreas da cultura e de convocar os amigos para que também participem, mesmo aqueles que já possuem seu ciberespaço. 
O que tem a se ver aqui pretende ser mais que letras, imagens e sons, mas sentidos produzidos na intenção de induzir ideias. In-finitivos de coisas sem fim, pois a cultura se estende na reinvenção e na releitura da arte e da vida, da cotidianidade. Nosso espaço de críticas e de mostrar que não viemos ao mundo a passeio.


Apertem os cintos e abram a mente.