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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

No Pará é assim

Há algum tempo é possível observar no perfil das pessoas no Facebook, imagens que geralmente mostram uma cena que a primeira vista causa espanto, intitulada "No Pará é assim". Retratam elementos comuns à região paraense, mas que não existem somente aqui, a exemplo do jacaré e da onça pintada. Observo os comentários e o movimento anda na linha da ironia quanto ao desconhecimento ou mesmo "ignorância" das pessoas de outras regiões que ao visitarem o nosso estado imaginam encontrar estes animais soltos nas  ruas. Seria uma patriotismo regionalista ou mesmo só uma forma de rebater a ironia?
O povo paraense é mesmo conhecido como indígena, não que haja uma negação às origens, mas nós conhecemos as diferenças e elas são nítidas, assim como é nítido que o povo brasileiro nas suas múltiplas regiões possui raízes indígenas, nas suas mais diversas tribos.
Cabe a nós paraenses mostrar a riqueza que tem a nossa cultura, o nosso estado e costumes. Não há  espaço para "pré-conceitos", mas para a manifestação cultural saudável a exemplo do que foi o Terruá Pará, do que é o tecnobrega, a culinária local, nossos jeitos de falar e nossa consciência crítica a cerca dos problemas da nossa terra. Acredito que a linha crítica deve ter essa entonação e simplesmente ignorar os que ignoram o universo cultural paraense.






Essa última acho que foi meio pesado aos próprios paraenses, pois quem perdeu seu automóvel nesse episódio teve alto preju. O título de quem compartilhou tava "a graça da desgraça". Seria um: como tirar um lado bom de uma coisa ruim.

sábado, 23 de abril de 2011

Afasta esse Cálice


Algo que sempre me instigou foi desvendar* as metáforas das canções escritas durante a ditadura brasileira, quando a MPB se manisfestava em suas letras dúbias, a exemplo de Cálice de Chico Buarque e Gilberto Gil e perceber a influência que continuam tendo em nossa realidade.

Cálice como tantas outras, precisou ultrapassar as barreiras da censura e registrar o período de maior repressão que a arte brasileira sofreu. A analogia entre o cálice de Cristo e o momento político do Cale-se, não desvendar os podres do governo, uma forma de encontrar o escape do grito que era sufocado.

Na mesma canção a crítica é lançada ao sistema: "Mesmo calada a boca, resta o peito (...)". De alguma maneira os "rebeldes" buscavam deixar soar a voz "como é difícil acordar calado, se na calada da noite eu me dano", pois eram  nas madrugadas vazias que o silêncio se enchia da esperança de se fazer ouvir, quando aconteciam as reuniões que objetivam trazer o povo à realidade mascarada pela ideologia dos militares.


O contraponto à nossa realidade é que a ditadura acabou, a cultura tem incentivos políticos, as pessoas podem se manifestar, mas as escolhas emergem banhadas de um cale-se de comodismo. Pai! Afasta de mim esse Cale-se.

*Pra desvendar um pouco mais, dá uma passadinha AQUI. Vale a pena.

Boa viagem!

Há algum tempo eu vivo procrastinando a execução deste espaço, que tem o objetivo de contribuir com a produção de reflexões em diversas áreas da cultura e de convocar os amigos para que também participem, mesmo aqueles que já possuem seu ciberespaço. 
O que tem a se ver aqui pretende ser mais que letras, imagens e sons, mas sentidos produzidos na intenção de induzir ideias. In-finitivos de coisas sem fim, pois a cultura se estende na reinvenção e na releitura da arte e da vida, da cotidianidade. Nosso espaço de críticas e de mostrar que não viemos ao mundo a passeio.


Apertem os cintos e abram a mente.